Canal Viva Mostrou Como a Nostalgia da TV Conquista Audiências Muito Antes dos Streamings

Canal Viva Mostrou Como a Nostalgia da TV Conquista Audiências Muito Antes dos Streamings

Canal Viva: O Resgate das Novelas e Programas Que Marcaram Gerações

Pouca gente acreditava em 2010 que um canal de reprises poderia disputar espaço com gigantes da TV paga. O Canal Viva fez justamente isso. Ele trouxe de volta para a telinha tramas e variedades que marcaram época, de 'Roque Santeiro' a 'Xou da Xuxa', em uma época em que maratonar conteúdos antigos ainda não fazia parte da rotina dos brasileiros como hoje.

O canal apostou forte na onda de nostalgia, mirando os anos de ouro da TV Globo e reeditando sucessos do passado para toda uma nova geração – além de conquistar quem sentia falta daquele fresco cheiro de café e trilha sonora de novela das oito. E não foi pouca gente: na campanha 'Viva Reapresenta', de 2015, o canal puxou 2,3 milhões de espectadores por dia. Não dá para ignorar um número desses, especialmente porque tantas produções originais na TV paga não conseguiam chamar nem metade disso.

O Segredo Por Trás do Sucesso e o Fim de Uma Era

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Os exemplos mais quentes do sucesso são fáceis de lembrar. A reprise de 'Roque Santeiro', por exemplo, chegou a ter mais audiência em 2010 do que na sua própria exibição original. Já 'Xou da Xuxa' virou atração para crianças que nunca tinham visto a Xuxa ao vivo naquele formato cheio de glitter e microfone rosa. Era cerca de sentir — e viver — de novo, mesmo que pela primeira vez.

Para além dos números, o Viva foi pioneiro ao transformar a simples palavra 'reprise' em um gesto de resgate histórico e emocional. A campanha do canal vendia cada novela ou programa reexibido não como algo requentado, mas como uma redescoberta cultural. Aos poucos, as plataformas de streaming perceberam esse movimento e passaram a investir pesado no resgate de seus próprios catálogos, só que com uma tecnologia e alcance ainda maiores.

Apesar desse sucesso todo, o canal não resistiu às armadilhas de direitos autorais, acordos complicados para reexibição e à mudança radical no modo como as pessoas consomem mídia. Os últimos anos antes da extinção viram a concorrência dos streamings crescer e, para o Viva, ficou cada vez mais difícil negociar direitos com as próprias produtoras dos programas. Em 2020, depois de 15 anos, o canal saiu do ar — mas deixou marcas profundas. Muito do que as plataformas fazem hoje ao valorizar produções antigas bebe direto dessa ousadia pioneira do Viva.

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