Quem é Alexandre Ramagem: O Candidato Apoiado por Bolsonaro que não Avançou à Segunda Volta

Quem é Alexandre Ramagem: O Candidato Apoiado por Bolsonaro que não Avançou à Segunda Volta

Alexandre Ramagem, um nome bem conhecido entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrentou um momento crítico na sua carreira política nas recentes eleições municipais para prefeito do Rio de Janeiro. Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal pelo Partido Liberal (PL), Ramagem tinha grandes expectativas ao contar com o apoio ostensivo de Bolsonaro, mas não conseguiu imprimir o mesmo sucesso da eleição anterior de 2022, onde conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados.

A trajetória política de Ramagem está entrelaçada com sua associação a Jair Bolsonaro, que não poupou esforços para impulsioná-lo na disputa carioca. Polêmicas não faltaram em sua jornada, principalmente quando foi acusado de criar uma 'Abin paralela' durante seu mandato como diretor, além de gravações comprometedoras nas investigações sobre Flávio Bolsonaro, seu filho, nas famigeradas 'rachadinhas'. Essas questões alimentaram uma narrativa de desconfiança entre parte do eleitorado, dificultando sua ascensão.

Contudo, nas urnas, a conexão com Bolsonaro não foi suficiente. Com 31,07% dos votos, Ramagem foi derrotado ainda no primeiro turno por Eduardo Paes, do PSD, que obteve 60,26% dos votos válidos. Paes, apesar de ter a imagem tradicionalmente ligada à esquerda, realizou uma campanha habilidosa, que soube agradar até parte do eleitorado bolsonarista ao distanciar-se de forma estratégica do presidente Lula, neutralizando Ramagem no campo político desfavorável.

Ramagem, embora apoiado por um governo estadual impopular, como o de Cláudio Castro também do PL, não conseguiu dissociar-se do desgaste político dele. Sua aposta em segurança pública como carro-chefe da campanha refletia um tema caro aos eleitores, mas não ao ponto de desbancar Paes, que usufruiu de uma imagem mais pragmática e agregadora durante o processo eleitoral.

Durante toda a campanha, Ramagem tentou maximizar a popularidade de Bolsonaro, mencionando incessantemente o ex-presidente em seu material de campanha e replicando a identidade visual característica do bolsonarismo. Contudo, a estratégia não foi suficiente. Ramagem ainda precisa lidar com as consequências internas, como sua exclusão dos grupos de discussão do PL no WhatsApp por conta dos episódios controversos anteriores.

O respaldo financeiro da campanha de Ramagem foi considerável, ornando cerca de R$ 26 milhões direcionados pelo partido para fortalecer sua proposta. Mas mesmo com tais recursos, a narrativa criada por seus adversários e a falta de carisma direto com os eleitores impediram sua ida ao segundo turno. Ele continua ativo, sendo uma voz crítica ao governo do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, usando principalmente as redes sociais como o palco para suas declarações.

O insucesso em avançar no pleito atual lança um olhar crítico sobre a influência política de Jair Bolsonaro pós-presidência, além de mostrar como a política local, com suas próprias dinâmicas e articulações, domina a paisagem eleitoral do país. Ramagem agora será observado na sua continuidade como oposição, enquanto reavalia seus próximos passos políticos.

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