Uma camisa para marcar 110 anos
O Palmeiras abriu a temporada de comemorações pelos 110 anos com um gesto à altura da própria história: um terceiro uniforme dourado, o primeiro do clube nessa cor. Em parceria com a PUMA, a nova camisa chega como símbolo de conquistas e de identidade, numa campanha batizada de “É o Palestra que nos torna família”. Não é só marketing. É a tentativa de costurar passado e futuro numa peça que conversa com a arquibancada e com a vitrine.
Na prática, o terceiro uniforme do Palmeiras coloca em cena um dourado que remete a troféus e memórias recentes: títulos nacionais, campanhas marcantes na América do Sul e um período vencedor que reposicionou o clube no topo. A cor, escolhida como tom de celebração, embala um design cheio de referências. O escudo vem bordado, a frente traz grafismos com a cruz de Savóia — símbolo ligado à Casa Real italiana — e, na parte interna da gola, aparece a frase “Nasceste Palestra”, um aceno direto às raízes do Palestra Italia, fundador da história alviverde em 1914.
Há ainda detalhes em verde que dialogam com a narrativa das “três academias”, modo como a torcida se refere a eras técnicas distintas e muito vencedoras do clube. A PUMA pescou no arquivo de 1916 para incorporar o escudo de época e reforçar a ponte com o início do século passado. O resultado é uma camisa que não tenta ser futurista, mas sim cerimonial: feita para marcar data redonda, para aparecer em fotos de título, para virar item de coleção.
O discurso da presidência segue essa linha. A ideia é celebrar sem perder de vista o que vem pela frente. A mensagem central é a de continuidade: um clube que honra o que construiu e que se cobra para manter ritmo de conquistas. Em ano de efeméride, isso costuma funcionar: a camisa vira símbolo, o torcedor se reconhece, a venda anda.
Para além do significado, há um ponto de contexto no mercado. Terceiros uniformes viraram peças-chave no calendário das marcas. Normalmente chegam no segundo semestre, entram no circuito de fim de ano e ganham força em jogos de destaque. No caso palmeirense, a cor dourada preenche uma lacuna estética que o clube nunca havia explorado, ao mesmo tempo em que mantém o verde como acento em escudos e acabamentos. É um jeito de ousar sem romper com a identidade visual.
Estreia, tecnologia e vendas
A estreia já tem palco e hora: sábado, 24 de agosto de 2024, às 18h30 (de Brasília), diante do Cuiabá, pelo Brasileirão, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP). Jogo noturno, luz artificial batendo no tecido, câmeras de TV aproximando o detalhe da gola e do brasão — cenário perfeito para apresentar uma camisa que depende muito do brilho da cor.
Na parte técnica, a PUMA leva a campo a tecnologia dryCELL, que promete afastar o suor da pele e melhorar a troca de calor com zonas de ventilação mapeadas. Em termos práticos, o tecido busca secagem rápida e sensação de leveza, algo importante para quem joga e também para quem usa no dia a dia. O corte segue o padrão atual da marca: modelagem esportiva e acabamento que evita atrito em áreas de movimento.
Para o consumidor, a verificação de originalidade vem com selo holográfico e marcação exclusiva do clube na etiqueta. Isso ajuda a combater a pirataria, algo que sempre explode após lançamentos de camisas com grande apelo. Na dúvida, procure o selo translúcido e a textura de segurança ao toque — são os primeiros indícios de que a peça é oficial.
O cronograma comercial está definido. As vendas começam na segunda-feira nas lojas do Palmeiras e da PUMA. A partir de quarta-feira, o uniforme chega a outros varejistas esportivos. A grade cobre quatro versões e faixas de preço distintas:
- Infantil: R$ 329,90
- Torcedor masculino: R$ 369,90
- Torcedor feminino: R$ 369,90
- Jogador (player version): R$ 499,90
As versões torcedor costumam ter tecido um pouco mais encorpado, acabamento menos colado ao corpo e custam menos. A player version replica o que os atletas usam em campo, com material mais leve, aplicação de escudo em técnica específica e pequenos ajustes de corte para performance. Para quem pensa em colecionar, o número de série e os detalhes da gola costumam diferenciar os lotes iniciais.
Visualmente, três elementos devem prender o olhar. Primeiro, o brilho do dourado sob luz — é ali que a proposta ganha vida. Segundo, os grafismos da cruz de Savóia, discretos, mas presentes o suficiente para dar textura à frente da camisa. Terceiro, a inscrição “Nasceste Palestra” na nuca, que é o tipo de detalhe que o torcedor gosta de mostrar quando vira a peça na mão.
Há uma leitura simbólica que o lançamento sustenta: a de um clube que abraça suas origens italianas sem se fechar nelas. O Palmeiras de hoje é plural, com torcida espalhada pelo país, calendário cheio e elenco acostumado a jogos decisivos. Ao usar um uniforme dourado, o time comunica ambição e celebra resultados, sem abrir mão do verde como assinatura.
O timing também conversa com a temporada. Em agosto, os times já estão no ritmo do Brasileirão, e todo empurrão emocional conta. Estrear uma camisa comemorativa num jogo noturno, em estádio tradicional, costuma contagiar arquibancada e elenco. Se vier com bom resultado, a lembrança cola: fotos, pôsteres, vídeos nas redes — e a camisa ganha história logo na primeira impressão.
Para a PUMA, a aposta reforça a parceria com um dos elencos mais vitoriosos do país na última década. Em coleções recentes, a marca tem trabalhado símbolos históricos e variações de tom para dar fôlego ao portfólio. A decisão de usar dourado abre espaço para coleções cápsula e acessórios que costumam acompanhar lançamentos desse porte, como casacos, bonés e agasalhos temáticos.
E o torcedor? Vai encontrar a peça com três caminhos de compra: infantil para a nova geração, modelos torcedor em caimento masculino e feminino, e a versão jogador para quem busca o máximo de fidelidade ao campo. Com a escalada de preços no setor, a diferença entre R$ 369,90 e R$ 499,90 vira uma escolha entre conforto e performance. O mercado mostra que há público para ambos, desde que a entrega estética convença.
No fim, a camisa dourada entra no catálogo como um marco das celebrações de 110 anos e como uma aposta estética pouco explorada pelo clube. Se virar uniforme de “jogo grande”, melhor ainda. A peça nasceu para brilhar sob holofotes — e o calendário já tratou de garantir o primeiro.
agosto 27 2025 0
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