Fonseca cai para Khachanov em Paris e encerra temporada antecipadamente por lesão

Fonseca cai para Khachanov em Paris e encerra temporada antecipadamente por lesão

Quando João Fonseca, de 19 anos, entrou em quadra na La Défense Arena em Paris no dia 29 de outubro de 2025, ninguém imaginava que seria o fim de sua temporada competitiva. O jovem tenista carioca, 28º do ranking ATP e campeão recente de Basileia, foi derrotado por Karen Khachanov, 14º do mundo e décimo cabeça de chave, por 6-1, 3-6, 6-3. A partida, marcada pelo nervosismo inicial de Fonseca e pela frieza tática do russo, durou duas horas e 17 minutos, com árbitro R. Lichtenstein no comando. O que parecia uma simples derrota na segunda rodada do Rolex Paris MastersParis acabou se transformando em um ponto de virada na carreira do brasileiro — e não por causa do resultado, mas por causa do que veio depois.

Um começo difícil, uma reação e um fim inesperado

Fonseca começou como se estivesse carregando o peso de toda uma geração de tenistas brasileiros nas costas. O primeiro set foi um desastre: 6-1 em apenas 28 minutos, com Khachanov dominando com saques poderosos e precisão de fundo de quadra. O jovem de Rio de Janeiro parecia perdido, com movimentos rígidos e erros forçados. Mas aí veio a reação. No segundo set, ele encontrou seu jogo, aumentou a intensidade, aproveitou os erros do russo e fechou em 6-3. Por um instante, o público da La Défense Arena acreditou que a magia da virada estava possível. Mas o veterano Khachanov, campeão do torneio em 2018, não se deixou abalar. No terceiro set, retomou o controle, pressionou os saques de Fonseca e fechou em 6-3, com um serviço que nem mesmo os melhores returners do mundo conseguiriam desmontar.

Apesar da derrota, o desempenho de Fonseca não foi um fracasso. Ele havia vencido cinco partidas seguidas desde Basileia, onde conquistou seu primeiro título ATP. Agora, com apenas 19 anos, era o jogador mais jovem entre os 30 melhores do mundo. E ainda assim, a derrota em Paris foi apenas o começo de uma sequência inesperada.

Lesão e desistência: a temporada se encerra antes do previsto

Um dia depois da partida, na quinta-feira, 30 de outubro, a ge.globo.com confirmou algo que ninguém esperava: Fonseca havia se retirado do ATP 250 de AtenasGrécia, torneio que seria seu próximo desafio. A justificativa? Lumbago — uma dor intensa na região lombar, que o impediu de treinar e até de se levantar da cama com conforto. Seus assessores confirmaram à imprensa que a lesão surgiu nos últimos dias da competição em Paris, agravada pela intensidade dos jogos e pela mudança brusca de clima. A decisão foi médica, não tática. E com isso, a temporada de 2025 do jovem brasileiro terminou duas semanas antes do planejado.

Isso significa que ele não disputará mais nenhum torneio oficial até o início de 2026. Nada de pontos para subir no ranking. Nada de preparação para a temporada de saibro. Nada de tentar se classificar para a ATP Finals. Apenas recuperação. E mesmo assim, ele ainda tem um compromisso: um exhibition match contra Carlos Alcaraz, o número um do mundo, marcado para 8 de dezembro em Miami. Será uma ocasião simbólica — não para pontos, mas para visibilidade. Para mostrar que, mesmo com a lesão, o talento ainda está lá.

Um torneio de choques e surpresas

Paris 2025 foi um dos Masters 1000 mais imprevisíveis da história recente. No mesmo dia em que Fonseca perdeu, o número dois do mundo, Jannik Sinner, venceu Zizou Bergs por 6-4, 6-2, mantendo sua sequência de 22 vitórias consecutivas em quadra dura indoor. Mas no dia anterior, o favorito Carlos Alcaraz foi eliminado por Cameron Norrie, em uma das maiores surpresas do ano. Khachanov, que agora enfrenta Alex de Minaur, é apenas um dos muitos que aproveitaram o caos. O torneio virou um campo minado, onde até os melhores podem cair em qualquer momento — e Fonseca, mesmo sem querer, entrou nesse cenário.

O que vem agora? Recuperação, paciência e o futuro

O que vem agora? Recuperação, paciência e o futuro

João Fonseca não é um jogador que precisa de pressa. Ele tem 19 anos. Tem tempo. Mas o que ele precisa agora é de cuidado. A lesão na lombar pode ser leve, mas em tenistas jovens, especialmente aqueles que desenvolvem movimentos explosivos, pode se tornar crônica se não for tratada com seriedade. Seu time técnico já anunciou que ele passará por exames detalhados em São Paulo e iniciará um programa de reabilitação com fisioterapia, fortalecimento do core e controle de carga. O objetivo? Estar 100% para a temporada de 2026 — com foco em Roland Garros e Wimbledon.

Ele não é apenas um jovem promissor. Ele é a nova geração do tênis brasileiro. E, apesar da temporada ter terminado antes do esperado, sua presença no top 30 já é um feito histórico. Nenhum brasileiro de sua idade chegou tão longe desde a era de Thomaz Bellucci. E com o apoio da CBT, da Confederação Brasileira de Tênis, e de patrocinadores que já demonstraram interesse, o futuro ainda é promissor — mesmo que o presente tenha sido doloroso.

Frequently Asked Questions

Por que João Fonseca desistiu do torneio de Atenas após a derrota em Paris?

Fonseca sofreu uma lesão na lombar (lumbago), diagnosticada após a partida contra Khachanov. A dor o impediu de treinar e até de se movimentar normalmente. Seus médicos recomendaram descanso absoluto para evitar agravamento, levando à desistência do ATP 250 de Atenas, que seria seu próximo torneio.

Qual é a importância de Fonseca estar entre os 30 melhores do mundo aos 19 anos?

Ele é o jovem brasileiro mais bem colocado no ranking ATP desde a era de Thomaz Bellucci. Ser o mais jovem entre os 30 melhores do mundo em 2025 coloca seu nome ao lado de talentos como Carlos Alcaraz e Jannik Sinner quando tinham sua idade. Isso significa que ele já está no radar dos grandes torneios e patrocinadores, mesmo sem títulos maiores ainda.

O que Khachanov tem de diferente que o derrotou?

Khachanov é um jogador de grande estatura (2,01 m) com um saque poderoso e uma base de fundo de quadra extremamente consistente. Ele não se desespera em situações críticas, como Fonseca fez no primeiro set. Além disso, como campeão do torneio em 2018, conhece bem o ambiente da La Défense Arena e usou isso psicologicamente para manter a pressão.

O que essa derrota significa para o tênis brasileiro?

É um sinal de que o Brasil está voltando ao mapa do tênis mundial. Fonseca, junto com Thiago Monteiro e Matheus Pucinelli de Almeida, representa a primeira geração pós-Bellucci capaz de competir regularmente no top 50. Mesmo com a lesão, sua presença no top 30 já atrai investimentos e atenção da mídia internacional, o que pode impulsionar o esporte no país.

Por que o jogo contra Khachanov foi tão importante para a carreira de Fonseca?

Apesar da derrota, enfrentar um top 15 em um Masters 1000, com o público europeu e a cobertura global, foi um teste de maturidade. Ele mostrou que consegue jogar em alto nível contra os melhores — mesmo com nervosismo. Essa experiência é mais valiosa do que muitas vitórias em torneios menores, e será decisiva para sua evolução em 2026.

O que vem depois do match em Miami contra Alcaraz?

O jogo em Miami é apenas uma exibição, sem pontos ou ranking. Mas serve como plataforma para Fonseca se reapresentar ao público e aos patrocinadores. A partir de janeiro de 2026, ele deve retornar aos torneios ATP 250, como o de Brisbane ou Auckland, para retomar ritmo antes da temporada de saibro, com foco em Monte Carlo e Roland Garros.