Um início precoce que definiu o duelo
Logo nos primeiros minutos, a Universidad de Chile mostrou que não estava ali para "apenas" jogar a partida. Lucas Assadi, que já havia se destacado na fase de grupos, encontrou o fundo das redes ainda no quinto minuto, arrancando a torcida imaginária do estádio Francisco Sánchez Rumoroso. O gol precoce fez a diferença: deu ao time chileno a segurança necessária para controlar o ritmo e impedir que Alianza Lima imponha o seu estilo.
O restante do primeiro tempo ficou marcado por um xadrez tático. O técnico da equipe chilena, que ainda carregava a frustração da eliminação precoce da Libertadores, ajustou o meio‑campo para fechar os espaços deixados pelos atacantes peruanos. O Alianza, por sua vez, tentou buscar a igualdade pelas laterais, mas encontrou a defesa de Universidad bem posicionada, especialmente nos duelos aéreos.
Quando o apito soou para o intervalo, o placar ainda era 1 a 0, mas a vantagem já estava consolidada. Os jogadores sabiam que precisava manter a concentração, já que a primeira partida terminou em 0 a 0 em Lima, deixando a porta aberta para um possível revés.
Segundo tempo: a consolidação da classificação
Logo após o intervalo, o técnico chileno fez duas trocas estratégicas que mudaram a dinâmica do jogo. A entrada de um volante mais ofensivo ajudou a conectar a transição entre defesa e ataque, enquanto um atacante reserva trouxe mais rapidez nas jogadas de contrapartida.
Aos 51 minutos, Javier Altamirano ampliou o placar. O gol veio de cobrança de escanteio, onde o lateral cruzou alto e o zagueiro cabeceou firme, sem chances para o goleiro de Alianza. O segundo gol foi o ponto de não retorno: a equipe peruana precisaria de três gols para virar o placar agregado, algo quase impossível contra um time que já mostrava domínio.
Mesmo com o gol de Alianza Lima em reação, anotado cerca de 20 minutos depois, o resultado final ficou em 2 a 1. A defesa chilena segurou firme nos minutos finais, apesar da pressão do adversário que buscava por um milagre. O fato de não ter torcedores nas arquibancadas não atrapalhou a energia dos jogadores, que pareciam alimentar-se da própria determinação.
Essa vitória tem um peso histórico. A última vez que Universidad de Chile chegou às semifinais da Copa Sudamericana foi em 2011, quando o clube ainda contava com um elenco diferente e jogadores que hoje já são referências. A nova turma, que chegou à competição após terminar terceiro no grupo da Libertadores (ao lado de Estudiantes e Botafogo), demonstra que o clube aprendeu a lidar com as duas frentes de torneio e soube se recompor depois da eliminação precoce.
Além do mérito esportivo, a partida ilustra a situação atípica dos estádios sul‑americanos pós‑pandemia: partidas sem público, regras mais rígidas de segurança e adaptações logísticas que tornam cada jogo uma experiência única. Mesmo sem o calor da torcida, a equipe chilena conseguiu gerar um clima de pressão dentro do campo, algo que provavelmente será lembrado pelos jogadores como um marco em suas carreiras.
Com a classificação garantida, o próximo desafio será enfrentar o time argentino Lanús, já confirmado como semifinalista, ou outro clube que ainda disputará a vaga. O técnico chileno já revelou que pretende manter a mesma postura de jogo – pressão alta, controle da posse e aproveitamento de bolas paradas – para tentar chegar à final, algo que não acontecia desde a década passada.
Os olhos da imprensa e dos fãs argentinos, peruanos e brasileiros já se voltam para o próximo confronto. O que fica claro é que Universidad de Chile entrou nesta fase com a mentalidade de quem quer deixar a marca. Se o desempenho até agora for indicativo, a equipe tem tudo para escrever um capítulo memorável na história da Copa Sudamericana. setembro 27 2025 0
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